Uso de celular nas escolas: saiba o que mudou

Com a Lei sobre o Uso de Dispositivos Eletrônicos Portáteis nas escolas, que foi sancionada a partir do dia 13 de janeiro de 2025, torna-se proibido o uso de celular em todas as etapas de ensino básico (educação infantil, fundamental e ensino médio). Para muitos educadores, alunos e responsáveis, surgem dúvidas sobre os impactos dessa medida na rotina escolar e como equilibrar o uso da tecnologia com o aprendizado. Vamos explorar esse tema, analisar os motivos por trás das proibições e as soluções para garantir um bom aproveitamento da tecnologia sem comprometer a educação.

A crescente presença do uso dos celulares nas escolas

Quase todos os estudantes possuem algum tipo de aparelho celular, seja smartphone, tablet ou outro dispositivo. Isso tem se tornado uma realidade que precisa ser levada em consideração no processo educacional. Por um lado, a tecnologia tem o poder de melhorar a aprendizagem, fornecer acesso a informações instantâneas e até mesmo engajar mais os estudantes. Mas, por outro lado, os celulares podem se tornar uma grande distração.

À medida que os alunos começam a usar seus celulares durante as aulas para acessar redes sociais, jogar jogos ou enviar mensagens para amigos, os educadores começam a questionar o impacto desses dispositivos no ambiente escolar. Por isso, a Lei adotou políticas para restringir o uso dos aparelhos durante o horário de aula.

Como o uso de celular pode ser prejudicial aos alunos?

Não só durante as aulas, nas quais agora é proibido o uso de celular, as telas têm se mostrado um problema. Estudos indicam que esse hábito prejudica diretamente o sono e, consequentemente, o desenvolvimento e a saúde mental dos alunos. Além disso, outros malefícios são: 

Impacto nas habilidades sociais dos alunos

Ao se concentrarem em seus dispositivos, os estudantes acabam deixando de interagir com seus colegas de maneira direta. O uso excessivo de celulares pode reduzir o tempo de conversas face a face, prejudicando o desenvolvimento de habilidades de comunicação e a construção de relações interpessoais.

As interações sociais são fundamentais no ambiente escolar, pois ajudam os alunos a desenvolverem empatia, colaboração e a capacidade de resolver conflitos de maneira construtiva. No entanto, muitos alunos preferem interagir com outros por meio de mensagens de texto ou redes sociais, criando uma desconexão nas relações sociais dentro da escola. Isso pode levar ao isolamento social de alguns estudantes, dificultando a integração ao grupo e a formação de amizades saudáveis.

Aumento da ansiedade, estresse e irritabilidade

O uso de redes sociais, como Instagram, Facebook e TikTok, está frequentemente associado a uma sensação de comparação social, onde os alunos se comparam constantemente com os outros em termos de aparência, popularidade e estilo de vida. Isso pode criar sentimentos de inadequação e pressão para atender às expectativas de um padrão social muitas vezes irreal.

Dependência digital

Quando o celular se torna uma ferramenta constante para distração, entretenimento e comunicação, muitos estudantes começam a sentir uma necessidade compulsiva de estar sempre conectados. Essa dependência pode interferir nas atividades escolares, tornando mais difícil para o aluno se concentrar em suas tarefas e comprometer sua produtividade.

Sedentarismo

Muitos alunos passam longas horas utilizando seus dispositivos para navegar nas redes sociais, jogar ou assistir vídeos, o que contribui para um estilo de vida mais sedentário. O tempo excessivo em frente à tela, sem realizar atividades físicas, pode levar ao aumento de problemas de saúde, como obesidade, dores musculares e dificuldades no desenvolvimento motor. Além disso, a falta de atividades físicas regulares afeta o bem-estar mental, já que a prática de exercícios está diretamente ligada à redução do estresse e da ansiedade, além de melhorar o humor e a qualidade do sono.

Atrasos na linguagem

O uso das telas pode contribuir, também, para o atraso na fala, especialmente em crianças pequenas, que estão em uma fase crucial de desenvolvimento linguístico. Muitas vezes, os pais ou responsáveis acreditam que a criança pode aprender a falar apenas assistindo a vídeos ou ouvindo músicas em telas, o que não é suficiente para o desenvolvimento adequado da linguagem. A fala, na verdade, é uma habilidade que se aprende por meio da interação direta com outras pessoas. Ao invés de interagir com os pais ou colegas, a criança acaba substituindo essas trocas verbais por passivos momentos diante de telas, o que dificulta a prática da fala e o desenvolvimento de habilidades comunicativas.

 

Depois de ser proibido o uso de celular nas escolas, o que muda de fato?

De acordo com a Lei, é proibido o uso de celular nas aulas, intervalos e recreios. Fica permitido apenas para fins estritamente pedagógicos ou didáticos. 

A mudança desse hábito, presente na vida de tantas pessoas, precisa ser feita por meio de um canal aberto e seguro entre escola, pais, educadores e alunos. Por isso, alguns combinados são importantes no sentido da promoção do uso dos dispositivos de forma consciente e organizada.

 

Uso de celular na Educação infantil e Ensino Fundamental anos iniciais

Não é permitido o uso de dispositivos eletrônicos dentro da escola em todas as séries do segmento. Inclusive, aconselhamos aos pais e responsáveis que não deixem o aluno levar o aparelho para a escola.

Uso de celular no Ensino Fundamental anos finais e Ensino Médio

O uso é permitido para fins pedagógicos durante as aulas, com solicitação e aviso prévio com a professora ou o professor. Nos demais momentos, deve ser mantido desligado e guardado na mochila.

Em todos os segmentos, caso seja necessário o contato urgente da família com o aluno, solicitamos que liguem ou mandem email diretamente para a unidade escolar correspondente.

Conecte-se ao essencial!

A proibição do uso de celulares nas escolas é uma medida que visa proteger o bem-estar dos estudantes, promovendo um ambiente mais saudável, concentrado e equilibrado. 

Ao limitar o uso excessivo de dispositivos móveis, estamos criando um espaço onde o aprendizado e as interações sociais podem ser mais efetivos, longe das distrações do mundo digital. Com a implementação dessa medida, é possível melhorar a qualidade da educação, fortalecer as relações interpessoais e preservar a saúde mental dos jovens, preparando-os para um uso responsável e equilibrado da tecnologia na vida cotidiana!

Dentro das nossas unidades, contamos com o LIV (Laboratório Inteligência de Vida), um projeto completo de convivência e educação socioemocional para falar desse e de outros temas, assim, os estudantes podem debater sobre diversos assuntos, garantindo um ambiente diverso. No mais, as famílias são grandes aliadas nessa campanha. Por isso, é essencial que, dependendo da idade e autonomia da criança, haja um limite de tela diário, oferta de outros tipos de entretenimento e, claro, espaço de convívio com os pais e responsáveis.

 

Escrito por:
Julisses Guedes


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